04/02/11

Borrifando 2

Quero ir mais além, mas há sempre esta coisa que me prende, esta revolta que se estende, que me agarra, desconfortável com quem já convivo...há tantos anos, mas de que gosto.
Contestar é automático, porque sim e porque não, porque não.
Definitivamente porque não.
Porque nunca há justiça, porque foi aquele e não aqueloutro, porque está o país como está, porque não fazemos nada porque só mandamos tátebitaites para o ar e sentados no sofá, porque aturamos tudo a que nos obrigam porque seremos quase todos carneiros, porque estou amarga, porque havrá quem viva tão mal, porquê aquele com aquela doença porque se espera tanto por uma consulta nos hospitais, porque estou doce quando devia andar amarga, porque não há sol para todos porque haverá sempre chuva para os mesmos, porque estarei sem nenhuma imaginação, porque será que a culpa morre sempre solteira porque não se prendem os corruptos, porque fugiremos todos aos impostos, porque estarei cansada porque será que classe política é cada vez de pior qualidade?
E é sempre tudo culpa do estado.
Ora o estado somos nós, eu, tu, nós.
O dinheiro do estado é meu, é teu é nosso.
E mesmo assim estamo-nos a borrifar, eles que o gastem como querem, quero lá saber, mas quando me vão ao bolso, só lhes quero bater e lá começa a ladaínha dos porquês, toca a dizer mal de tudo e de todos, sempre nos esquecemos que somos nós que os elegemos e que somos nós que os alimentamos.
Raios, o melhor é borrifar.

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