02/03/11

Duas religiões



Tóquio é a cidade mais segura do mundo.
A Região Metropolitana de Tóquio tem 37 milhões de habitantes. A sua religião é o Xintoísmo e o Budismo, embora muitos japoneses se sintam tanto Xintoístas como Budistas e, talvez por isso, as duas religiões coexistem pacificamente.
É raro haver crimes em Tóquio sentindo-se as pessoas em segurança e andam pela capital tanto de dia como de noite sem grandes problemas.
O segredo? As religiões, tanto uma como a outra, remetem tudo o que um cidadão faz para a honra familiar. Fazer qualquer coisa considerada errada é desonrar não só a família como os antepassados.
A honra é a palavra de ordem no Japão.

No ocidente existe o catolicismo, que perde cada vez mais a sua importância moral junto dos católicos.
Mesmo os católicos praticantes, aqueles que vão à Missa, a Fátima e que rezam, estão-se nas tintas para a prática da religião.
São tão vigaristas, extorsionistas, corruptos e criminosos como os não católicos, isto sou eu de falinhas mansas, para não dizer que se calhar ainda o são mais dos que os não católicos.
Batem no peito com a mão o mea culpa e logo de seguida vigarizam os mais próximos e os mais longínquos.
Amar o próximo? Sim, desde que o próximo sejam eles próprios.
No que se refere ao sexo, aí aparece o catolicismo no seu pior. Convenções do tempo da outra senhora e proibir, proibir, proibir.
Não matar? Ora uma religião que sempre viveu de Guerras Santas e de perseguições, claro que deixa matar, claro que incentiva à morte e à guerra.
Diz-se que isto acontece por a sociedade ser mais avançada e não estar já na Idade Média em relação á religião.
Vamos lá chamar os bois pelos nomes. Ninguém quer praticar o catolicismo, é tão mais fácil poder fazer-se todas as merdas que se querem e ainda por cima poder-se no último momento arrepender-se e ser-se salvo…

4 comentários:

argumentonio disse...

o essencial, é claro, está certo e bem analisado!

mas convém estabelecer alguns parâmetros para melhor compreender as realidades em apreço:

- numa grande metrópole como Tóquio, habitada por 3,5 vezes a totalidade da população de Portugal, haverá certamente zonas mais seguras e calmas e outras mais agitadas e perigosas, num universo muito pouco homogéneo - mas atenção, há muitos crimes em Tóquio, muito mais crime organizado comparando com os nossos padrões e um preocupante advento de crimes contra os jovens e contra as mulheres, para além dos problemas típicos das mega-cidades a respeito da droga, do jogo e dos tráficos habituais

- a honra é um valor tradicionalmente exacerbado na cultura japonesa, não sendo uma situação específica de Tóquio

- no Ocidente há mais religiões que a católica, como o judaísmo ou os cristãos protestantes, havendo aliás uma pulverização de movimentos religiosos de assinalável diversidade

- no caso dos países de influência católica predominante, a honra não tão sobrevalorizada como em culturas orientais, árabes, ciganos, etc - mas atenção, em nome da honra se cometem horrendos crimes, mesmo entre nós

mas de acordo quanto à presença, excessiva e despudorada, de muita hipocrisia a coberto de altos valores morais ou religiosos, com um cadastro considerável no caso de muitos países de influência católica, a que só a progressiva educação, escolar e cívica, poderá alentar a esperança em direcção a uma consciência geral mais livre de preconceitos e atenta à má consciência dos falsos moralistas

;_)))

doce laranja amarga disse...

Pois é, tem razão, deveria ter acrescentado o judaísmo, as outras não as conheço suficientemente.
No entanto a nosso cultura é judaico-cristã e as "formatações" vêm daí.

Obrigado pelo seu comentário, que vem pôr os pontos nos is.

Edgar V. Novo disse...

Um honra que de tão honrada que era motivou os ataques cobardes a Pearl Harbour, bem o como massacre de centenas de milhar de chineses, e a luta suicida que, sempre determinados, aguentaram durante anos até Agosto de 1945.

doce laranja amarga disse...

Bem Vindo Ega

Falei da actualidade.
Quis fazer uma comparação, simples, de haver tão poucos crimes numa cidade com tanta gente e outras cidades do mundo ocidental.
este post nem sequer foi muito profundo, tal como chamou a atenção o Argumentonio.

Não quis ir por aí Ega, nem vou.
Nunca defenderei nenhum estado que tenha estado do lado de Hitler.
Mas gostava de deixar claro, que também não defendo os crimes praticados pelos vencedores, já como vencedores.